quinta-feira, 21 de outubro de 2010

felicidade na moleira

O sol rebrilha nas ondas verdes de Aruba. Jamal Elias, meu irmão, veio ao nosso encontro. Eu e a Mag estávamos há vários dias no Ready Rumba Resort, ao lado do Banco Nacional, tomando piña coladas, observando a movimentação. Havia meses que o paradeiro do meu irmão me era desconhecido, mas, com grande felicidade, recebi o contato dele: uma Asa-branca, carregando um texto longuíssimo narrando acontecimentos de nossas vidas, de anos atrás, em um pen drive. No final, uma palavra, uma data e um código

ORANJESTAD
21 10 10
345 Dsjdkl345

Mensagem recebida e compreendida, sem maiores demoras, Mag e eu fizemos planos, colocados em prática com uma precisão científica: 

1. Comprar maiôs pretos e bermudas coloridas 
2. Arranjar um par de passaportes com os vistos necessários
3. Viajar para Aruba e alugar a suíte presidencial de um resort nas coordenadas referidas.
4. Comprar óculos escuros, armas e máscaras de ski.
(o último item teve de ser substituído por meias calças, cedidas sem protesto pela Mag)

E estávamos nós, eu e ela, sentados à sombra, já sem nenhuma expectativa, quando aterrissa seu paraglider, à nossos pés, meu irmão Jamal, terno de linho, chapéu panamá, um portentoso e aromático charuto entre os dedos e um sorriso no seu rosto que se duplicou nos nossos. Todos nos abraçamos.

Passamos o dia conversando sobre o futuro da indústria dos animais geneticamente modificados, à exemplo dos mini-bois, onde provavelmente vamos investir nossa futura fortuna. Na janta, bebemos e choramos e nos despedimos com carinho. Durmo abraçado em Mag, tenho pesadelos horríveis dos quais não lembro quando acordo, e, ao olhar pra ela, nada mais existe. Até que ela acorda também, se põe de pé de um salto e se veste. As palavras são desnecessárias, sabemos tudo o que vamos fazer. Me visto também.

No Banco Nacional, tudo transcorre como esperado. Ao receber o sinal, entramos, os dois atirando para cima e gritando em holandês, enquanto Jamal, de barba postiça, aponta um revólver para a bancária que o atendia. Rendemos os seguranças, enchemos sacos de lixo com Florins de Aruba e saímos correndo sem ferir ninguém, os três.

Subimos em um helicóptero fretado, eu arranco da cara a meia-calça suada e dou um beijo na Mag. Jamal beija a russa de capacete e uniforme militar que segura o manche, logo depois nos apresentando a quarta cúmplice. 
O helicóptero decola enquanto, lá dentro, a gente canta, estoura champagne e se abraça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário